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Exposição Imageria das Redes

Cultura visual e memória gráfica brasileira (2019-2022)

“Imageria das redes: design e ativismos” apresenta por meio de peças gráficas e vídeos um recorte da produção estética dissidente relacionada aos principais acontecimentos entre 2019 e 2022 no Brasil, um período conturbado marcado por uma gestão política antidemocrática, racista, homofóbica, de total desrespeito aos povos originários e aos direitos humanos, escalonada pela pandemia sanitária, social e política.

 

O projeto curatorial parte de uma seleção de artefatos – mini cartazes digitais – extraídos do Instagram. Fruto de uma extensa pesquisa sobre o vocabulário estético das redes e o uso da imagem no design visual, as peças gráficas representam, mais do que um arquivo digital da memória gráfica e da cultura visual brasileira, um levante poético e político. Com o foco em alguns ativismos mais relevantes à época, e ainda em pauta nos dias atuais, essa imageria – um grande volume de imagens que ativam nosso imaginário - nos provoca a refletir sobre a relevância da participação dos usuários das redes na produção de linguagem.

 

As imagens aqui expostas constituem parte do acervo digital dos sites Calendário Dissidente e Pantone Político, experimentos gráficos cujas estratégias de design, captação e classificação de imagens, tiveram o auxílio de inteligências artificiais. A edição, organizada cronologicamente, oferece a leitura de narrativas visuais configuradas por milhares de imagens que poderiam ficar perdidas, embaralhadas pela opacidade das redes. No entanto, ao se deslocarem para o suporte físico, e num espaço acessível a todos os públicos, geram novos significados. Essas imagens-mensagens dão voz às pautas coletivas e decoloniais e visibilidade à produção nacional de designers, artistas, ilustradores, fotógrafos e cidadãos engajados em causas comuns.

 

As múltiplas linguagens – ilustrações digitais ou manuais, tipografias digitais, escritas vernaculares, imagens factuais, apropriadas e remixadas – representam a estética contemporânea da imageria das redes e reforçam a potência desses artefatos gráficos como vetores de transformação cultural, social e política.

O texto sobre o uso da visão computacional na pesquisa é escrito por Giselle Beiguelman, orientadora da tese de Prata na FAU-USP.

As fotografias do painel "nas ruas" são de autoria das fotojornalistas Alice Vergueiro e Mônica Zarattini e apresenta a cidade interativa e as manifestações políticas e estéticas da população nas ruas, em diálogo com as redes.

Didiana Prata

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Além dos olhos

Como se sabe, computadores não enxergam. Os conteúdos visuais são mapeados pelas palavras que os descrevem e pelo reconhecimento de alguns padrões, como linhas, densidades e formas. Quando falamos em visão computacional não estamos, portanto, mimetizando capacidades de seres vivos nas máquinas, mas atribuindo a elas competências para mapear, classificar e prever arranjos que não seriam possíveis aos humanos.

Toda imagem digital é potencialmente não humana, carregando uma série de camadas e informações que são legíveis apenas por máquinas. E é esse reduto inalcançável aos olhos e à linguagem humana que dá à visão computacional o poder de interferir no cotidiano, determinando, por exemplo, o acesso a lugares, por meio de reconhecimento facial, com base em informações dispersas em incontáveis bancos de dados. A curadoria online proposta por Didiana Prata apropria-se das potencialidades da Inteligência Artificial para reverter essas tendências vigilantes e repressivas. Em um trabalho pioneiro no campo das humanidades, sua pesquisa vasculha a miríade de imagens despejadas nas redes, visando a constituição de um arquivo de inequívoca relevância histórica: o ativismo que contestou, via designs dissidentes, as ameaças à democracia brasileira.

 

Giselle Beiguelman

Centro Universitário Maria Antonia

Diretor: José Lira

Vice-diretora: Ana Castro

Equipe: Artur Caldeira / José Aleixo da Silva / Josiel de Oliveira Barbosa / Juliano Moraes / Luiz Vanderlei de Almeida / Maria Donizeti de Brito / Renata Pereira da Silva / Roberto Melo/ Sandra Lima / Tereza Cristina Almeida / Tuca Capelossi / Valdecir Gouvea

Estagiários: Ana Vieira / Isabella Biangaman / Laura Medeiros/ Luiz Guilherme Piagentini / Sabrina Lima

Bolsistas: Ana Alves / Ana Chinchilla / Barbara Tomazini / Beatriz Neves / Diego dos Santos / Felipe Concuruto /
Flora Hollander / Giovanna Caires / Laís da Silva / Nicole de Carvalho / Patric Alexandre / Susane Ferreira / Stefanie dos Santos / Vinícius Carvalho / Viviane de Lima

Curadoria: Didiana Prata

Expografia: Teresa Lima

Identidade Visual: Didiana Prata e Maria Meira

Produção executiva: Renata Garcia

Edição de vídeo: Priscilla Miquilussi e Clara Willer

Impressão e montagem: Smart Pix

Apoio:  Abrolhos Filmes / FAUUSP / GAIA / C4AI / Inova USP

Realização: Universidade de São Paulo - USP

Agradecimentos: Alex Aguiar / André Sobral /Ariane Breyton / Claudio Pinhanez / Fabio Cozman /Giselle Beiguelman / Guilherme Werneck / João Sodré / José Lira / Marcella Faria / Penha Brant /Rivane Neuenschwander / Rogério von Krüger

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