O trabalho interroga a relação entre o homem e a natureza como um devir sensitivo, que exige um outro ritmo para testemunhar a passagem do tempo e seus rastros – um contraponto do uso das interfaces digitais em nosso cotidiano. Os livretos são resultados da residência artística em Banff – Centre of Arts and Creativity, Canadá (2022).

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No silêncio
escutamos a nós mesmos

e percebemos vividamente

acontecimentos ao redor

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Estabeleci algumas regras para que a pesquisa no campo de trabalho pudesse ser mais imersiva, um devir sensitivo do meu corpo e seus sentidos visuais, auditivos, olfativos e táteis. Durante a Residência Artística em BANFF - Centre of Arts and Creativity, realizada entre agosto e setembro de 2022, fiquei offline e apaguei todas as redes sociais do meu celular. Pude perceber que ao deslocar dos trópicos para o polo, nas condições de isolamento e silêncio, estava de algum modo vivenciando uma dissidência, indo de encontro a uma integração entre corpo e natureza que de alguma forma estava dissociada da vivência em territórios urbanos e no ciberespaço. E permitiu a experimentação e elaboração de novas estratégias poéticas, misturando recursos de edição de imagem, pintura sobre fotografias – nas quais evidencia-se a água (em estado sólido, de evaporação, pluvial e líquido) como fio condutor.